Ciúme é a reação
complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade.
Provoca o temor da perda e envolve sempre três ou mais pessoas, a pessoa que
sente ciúmes - sujeito ativo do ciúme -, a pessoa de quem se sente ciúmes -
sujeito analítico do ciúme - e a terceira ou terceiras pessoas que são o motivo
dos ciúmes - o que faz criar tumulto.
Segundo a psicologia , esse sentimento
apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real ou
irreal, vergonha de se perder o amor da pessoa amada . O ciúme está relacionado
com a falta de confiança no outro ou em si próprio e, quando é exagerado, pode
tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão.
Para Pierre Charron,
filósofo e teólogo francês: "Por sua natureza e seus efeitos, o ciúme se
aproxima da inveja. Porém, entre ciúme e inveja permanecem algumas diferenças.
Na inveja, sentimos que outros possuem um bem que desejamos para nós, enquanto
no ciúme defendemos um bem que julgamos nosso e que não desejamos ver
partilhado com outrem".
O
ciúme esteve presente em todas as civilizações humanas ocasionando um rastro de
destruição, violência, angustia, dor e morte. Uma olhada nas paginas
jornalísticas e nas redes sociais, percebemos
histórias que envolvem o ciúme. Por mais que queiramos negar, ele estar
presente em todas as relações humanas e é o responsável por separações,
divorcio e inimizades.
Segundo a psicologia
"o ciúme é dividido em normal e patológico. O normal é transitório, a
pessoa tem uma sensação de ciúmes hoje, mas não fica com a ideia fixa a semana
toda. O ciúme normal passa. O ciúme normal é específico, ou seja, a pessoa
sente ciúmes de uma situação específica, e não de toda e qualquer situação. O
ciúme normal é baseado em fatos reais. Ou seja, a pessoa tem ciúmes quando
acontece alguma coisa concreta, como um telefonema, ou um presente que o outro
tenha recebido, algum indicio real de que algo possa estar “roubando” a pessoa
amada. No ciúme normal o maior desejo é de preservar o relacionamento. A pessoa
quer ficar bem com o outro. Por outro lado o ciúme patológico é quando as
preocupações são infundadas, são absurdas, exemplo: você liga para o seu
companheiro e ele não atendeu o telefone. Pronto! Já será o suficiente para
passar a tarde se “mordendo” de ciúmes".
Um psicólogo relatou na
internet o seguinte fato: "Já atendi casos onde a pessoa olhava todo
extrato do banco e perguntava o que era cada mínimo cheque descontado e até
depósitos pequenos. O comportamento fica ridículo, pra quem está de fora, isso
parece um absurdo, mas para o ciumento não tem nada mais importante do que
conferir cada item da vida do outro. Detetives particulares são sustentados a
custa desse sentimento tão devastador.Teve caso de paciente que fazia uma marca
com caneta no pênis do marido para ver se no fim do dia a marca ainda estava
lá. Já teve o absurdo de namorada olhar as fezes do namorado procurando resto
de bilhete engolido".
"A combinação de amor,
ciúme e tragédia, que sempre pontuou as crônicas policiais, também está
presente em outro caso recente que mobilizou o País. Em 16 de junho, a policial
federal Angelina Filgueiras, 42 anos, irmã da modelo Ângela Bismarchi, morreu
com um tiro no peito durante uma discussão entre ela, o namorado, Jolmar Wagner
Alves Milato, 40, e o ex-marido, o capitão reformado da Marinha Márcio Luiz
Dias Fonseca, 48, que também faleceu. Segundo o advogado de defesa de Milato, o
ex-marido de Angelina não aceitava o fim do casamento e teria feito ameaças a
ela e a seu cliente, antes de entrar armado na casa dela naquela noite.
Desesperada pela briga entre os dois, Angelina atirou em si mesma, e Milato,
agindo, conforme alega, em legítima defesa, disparou três vezes contra Fonseca.
Parentes da vítima disseram que o sentimento que Fonseca nutria por Angelina
era doentio. “Quem sofre de ciúme patológico acaba se tornando uma marionete
dos próprios sentimentos, mas a violência é um processo cumulativo”, explica o psicólogo
Thiago de Almeida. “Quando o cônjuge aceita uma reação violenta ou uma agressão
psicológica do ciumento, acaba reforçando esse comportamento.” (ISTO É
Edição nº 2227, de 13 de Julho de 2012)
No conceito bíblico o
ciúme é analisado como prejudicial a vida secular e espiritual. leia como no
Antigo Testamento o ciúme era interpretado:
"E (se) o espírito de ciúmes vier sobre ele, e de sua mulher tiver
ciúmes, por ela se haver contaminado, ou sobre ele vier o espírito de ciúmes, e
de sua mulher tiver ciúmes, não se havendo ela contaminado, então aquele homem
trará a sua mulher perante o sacerdote, e juntamente trará a sua oferta por
ela; uma décima de efa de farinha de cevada, sobre a qual não deitará azeite,
nem sobre ela porá incenso, porquanto é oferta de alimentos por ciúmes, oferta
memorativa, que traz a iniquidade em memória. E o sacerdote a fará chegar, e a
porá perante a face do Senhor. (Números 5:14-16).
A maior declaração de
comportamento humano estar registrado em I Coríntios 13. 4-7: "O amor é
sofredor, é benigno; o amor não é invejoso (ciumento); o amor não trata com
leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus
interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas
folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."
Embora estas referências
extraídas da Bíblia Sagrada, estejam recheadas de significados e unção, o
ciúme, igual a um cancro, desafia psicólogos, terapeutas familiares, educadores
e pastores. Consultórios superlotados na busca de solucionar um dos maiores
problemas sociais que desafia a
inteligência de especialistas.
É preciso analisar que
algumas situações o ciúme é provocado, promovido, instigado sob o pretexto de
que "não é nada", "você estar imaginando coisa", "é
apenas uma simples amizade". Algumas situações tornam-se constrangedoras quando
um dos cônjuges adota posição que demonstra excesso comportamental. Algumas
relações conjugais são ameaçadas quando o esposo(a) é visto constantemente no barzinho,
restaurante, pizzaria e shopping sempre com a ex-namorada(o) ou suposta amiga(o);
Quando é visto pela esposa nas redes sociais com a mesma pessoa e tudo que
ela(e) posta é curtido, comentado e compartilhado; Quando é visto sempre
circulando no veículo, com a mesma pessoa. Nem sempre essas cobranças podem ser
interpretadas como ciúme.
Se você tem ciúmes
constantemente, apesar de ter um relacionamento cristão, aprenda a confiar em
Deus e seu cônjuge e se posicionar como uma pessoa equilibrada, moderada e ética.
Converse com seu cônjuge acerca do tema.
E lembre-se: “O amor... não arde em ciúmes” 1ª Coríntios 13.4
Que Deus proporcione bênçãos
para sua vida e família
Cila Rodrigues de Oliveira, Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará, Graduado em Teologia pela Universidade da Bíblia, Professor de Escola Bíblica, Diácono, vice-presidente do Departamento de Familia da Igreja Assembléia de Deus de Quixadá - Ministério Templo Central.
Contato: cilasoliv@bol.com.br